terça-feira, 23 de outubro de 2012


O Caso dos Dez Negrinhos

Emily Brent

Emily Brent era uma solteirona de 65 anos. Extremamente religiosa, fato que o livro deixa bem claro através de suas constantes passagens remetendo à Bíblia, Emily era uma mulher que seguia rigidamente as tradições, devido à forte influência de seu pai, um coronel.
            Acusada de ter assassinado sua empregada, Beatrice Taylor, Emily Brent acreditava com convicção que havia tomado a atitude correta ao demitir a moça, que estava grávida (nesta época, não havia leis trabalhistas que condenavam tal atitude); após a demissão, entretanto, Beatrice se jogou num rio, suicidando – se.
Em diversos momentos da obra, Emily Brent faz uso de passagens bíblicas. No início, antes do primeiro jantar, ela faz uma espécie de previsão para o que virá a acontecer na obra. Ela lê na Bíblia que "Os idolatras mergulham no abismo que eles próprios cavaram; na armadilha que esconderam, o seu próprio pé é apanhado. O Senhor é conhecido pelo julgamento que executa: o mau enreda-se na obra de suas próprias mãos. O mau será lançado no fogo do inferno.". De fato, isso vem a ocorrer na obra: os assassinos são descobertos e “julgados” (por Wargrave), sendo mortos. A principal razão para o uso de tais passagens bíblicas é para mostrar que Emily Brent está convencida que não cometeu nenhum ato imoral porque seguiu as regras expostas em seu Livro Sagrado.
            Pouco antes de sua morte, afirma que não deve temer o terror que anda a noite e nem a flecha que voa de dia. Como era dia, não haveria terror. Essa passagem deixa claro que Emily Brent, no fundo, tem medo de que algo ocorra a ela, mas ela não deseja explicitar isso aos outros.
            Outra passagem interessante remetendo Emily Brent é a alucinação que ela tem enquanto escreve em seu diário: ela afirma que o assassino era Beatrice Taylor. Ainda sobre Beatrice Taylor, no dia de sua morte, Emily havia sonhado que vira Beatrice do lado de fora de seu quarto, querendo entrar – da mesma forma que ocorrera no dia da morte de Beatrice.

Sua morte – uma injeção de cianeto de potássio no pescoço – foi a quinta ocorrida na Ilha do Negro, seguindo exatamente o proposto pelo poema (Seis negrinhos de uma colméia fazem brinco; A um pica uma abelha, e então ficaram cinco).

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