domingo, 15 de setembro de 2013


IMPÉRIO BIZANTINO

O colapso do Império Romano sentiu um de seus maiores golpes quando, em 395, o imperador Teodósio dividiu os territórios em Império Romano do Ocidente e do Oriente. Em 330, o imperador Constantino criou a cidade de Constantinopla no local onde anteriormente localizava-se a colônia grega de Bizâncio. Não sentido os reflexos da desintegração do Império Romano, a cidade de Constantinopla aproveitou de sua posição estratégica para transformar-se em um importante centro comercial.
Cercada por águas e uma imponente fortificação, a cidade de Constantinopla tornou-se uma salvaguarda aos conflitos que marcaram o início da Idade Média. Com o passar do tempo, o Império Bizantino alcançou seu esplendor graças à sua prosperidade econômica e seu governo centralizado. No governo de Justiniano (527 – 565), o império implementou um projeto de expansão territorial que visava recuperar o antigo esplendor vivido pelo Antigo Império Romano.

Ao longo de seu reinado, Justiniano conseguiu conter o avanço militar dos persas e búlgaros sob a região balcânica. Logo depois, empreendeu a expulsão dos vândalos do Norte da África. Mais tarde, deu fim à dominação gótica na Península Itálica e tomou a Península Ibérica dos visigodos. Apesar de chegar a reagrupar os antigos domínios da Roma Antiga, Justiniano não conseguiu resistir às novas invasões dos povos germânicos na Europa e a dominação árabe no Norte da África.

No plano político, Justiniano buscou a formulação de leis que se inspiravam nos antigos códigos jurídicos romanos. Formando um conjunto de juristas influenciados pelo Direito Romano, Justiniano compilou um grupo de leis que formaram o chamado Corpo do Direito Civil. Apesar de empreender a ampliação dos domínios do império, Justiniano foi vítima de uma grande conturbação. Na Revolta de Nika (532), vários populares organizaram um movimento em protesto contra as pesadas cargas tributárias e o grande gasto empreendido nas campanhas militares.

Mesmo contando com essa aproximação do mundo romano, o Império Bizantino sofreu influência dos valores da cultura grega e asiática. Um dos traços mais nítidos dessa multiplicidade da cultura bizantina nota-se nas particularidades de sua prática religiosa cristã. Divergindo de princípios do catolicismo romano, os cristãos bizantinos não reconheciam a natureza física de Cristo, admitindo somente sua existência espiritual. Além disso, repudiavam a adoração de imagens chegando até mesmo a liderarem um movimento iconoclasta.

Essas divergências doutrinárias chegaram ao seu auge quando, em 1054, o Cisma do Oriente estabeleceu a divisão da Igreja em Católica Apostólica Romana e Ortodoxa. Dessa forma, a doutrina cristã oriental começou a sofrer uma orientação afastada de diversos princípios do catolicismo tradicional contando com lideranças diferentes das de Roma.

Na Baixa Idade Média, o Império Bizantino deu seus primeiros sinais de enfraquecimento. O movimento cruzadista e a ascensão comercial das cidades italianas foram responsáveis pela desestruturação do Império. No século XIV, a expansão turco-otomana na região dos Bálcãs e da Ásia Menor reduziu o império à cidade de Constantinopla. Finalmente, em 1453, os turcos dominaram a cidade e deram o nome de Istambul, uma das principais cidades da Turquia.

COMPLEMENTAÇÃO

 Destacando-se três governadores durante todo império:Constantino (fundador de Constantinopla); Teodósio (dividiu efetivamente o império); e, Justiniano. Este durante o seu governoatingiu o apogeu da civilização bizantina. Pois, teve uma política externa; retomou vários territórios; modificou aspectos do antigoDireito Romano (o Corpus juris Civilis – Corpo do Direito Civil); e ainda, realizou a construção da Igreja de Santa Sofia, altamente importante por seu legado cultural arquitetônico.
Com a utilização de uma política déspota e teocêntrica, utilizou uma economia com intervenção estatal, com comércio e desenvolvimento agrícola. Além do mais, durante o período denominado por Império Bizantino, a economia era bastante movimentada, principalmente no comércio marítimo e sob o controle o estado. Sendo que, o seu controle deu-se por Constantinopla até o século XI.

No âmbito religioso, as heresias deram-se através do arianismoque negaram a Santíssima Trindade; além do caso do arianismo, teve ainda, a questão monofisista, esta nega a natureza humana de Cristo, afirmando que Cristo tinha apenas natureza divina (o monofisismo foi difundido nas províncias do Império Bizantino e acabou identificada com aspirações de independência por parte da população do Egito e da Síria); por fim, no tocante à iconoclastia, ocorre a grande destruição de imagens e a proibição das mesmas nos templos.
Durante o período que ficou conhecido por Cisma do Oriente, ocorre a divisão da Igreja do Oriente, a igreja divide-se em Católica Romana e Ortodoxa Grega.
ARTE
 O mosaico é sua expressão mais conhecida, mas sua função principal não era a decorativa, e sim a educativa, pois ele visava orientar os cristãos através da reprodução de cenas da vida de Cristo e também dos imperadores, aos quais se atribuíam poderes divinos, pois o regime político vigente era a teocracia.
As imagens dos imperadores estavam sempre presentes nos mosaicos, especialmente junto à Virgem Maria e a Jesus. Para criar uma aura de grandiosidade espiritual, as pessoas eram representadas frontalmente e na vertical nos mosaicos e afrescos. O dourado era a cor dominante, por simbolizar o ouro. A arquitetura também foi um estilo artístico dominante nessa época, principalmente a das igrejas, que eram geralmente construídas sobre uma base circular, octogonal ou quadrada, continham grandes cúpulas, eram vastas e ricamente decoradas. O exemplo mais conhecido deste estilo é a Igreja de Santa Sofia, localizada em Istambul, obra dos arquitetos Antêmio de Tralles e Isidoro de Mileto.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013


GOVERNO DITATORIAL DE JÚLIO CÉSAR

A morte do general Crasso, em 53 a.C., estabeleceu uma crise política entre os dois membros restantes do Primeiro Triunvirato: Júlio César e Pompeu. Nessa época, o Senado romano decidiu apoiar Pompeu concedendo-lhe a liderança do governo contra os vários grupos armados que ameaçavam a estabilidade política de Roma. Com isso, Júlio César foi obrigado a entregar os exércitos que estavam sob seu controle.

Não aceitando a entrega do poder, Júlio César comandou seus subordinados na lendária travessia do rio Rubicão, que os levaria em direção à Península Itálica. Entre os anos de 49 e 48 a.C., ele liderou uma guerra civil que obrigou os senadores romanos e Pompeu a fugirem de Roma para a Grécia. Determinado a garantir o poder em suas mãos, perseguiu os senadores romanos. Nesse meio tempo, Pompeu acabou fugindo para o reino do Egito.

Com auxílio dos ministros egípcios, Pompeu acabou assassinado.Dessa forma, Júlio César teve condições de fixar uma nova fase na história política romana. Com o apoio dos soldados e dos plebeus, acumulou uma série de títulos. Depois de ser consagrado como Pontífice Máximo, foi elevado à condição de Ditador Perpétuo, passando a ter o direito de criar novas leis. Não deixando sua vocação militar de lado, conquistou territórios na Espanha, na África e transformou o Egito em província romana.

Entre outras ações, Júlio César organizou a realização de várias obras públicas e reorganizou o quadro financeiro do Estado. Além disso, estendeu o direito de cidadania para outras regiões dos vastos territórios romanos e admitiu que os gauleses ocupassem vagas do Senado. Outra importante transformação esteve ligada à modificação do calendário romano, onde adicionou o mês de julho em sua homenagem e estipulou o emprego do ano bissexto a cada quatro anos.

Outro conhecido evento da vida de Júlio César foi o seu envolvimento amoroso com a rainha egípcia Cleópatra. Durante os seus discursos, muitos senadores romanos manifestavam sua completa desaprovação a respeito do envolvimento do ditador com uma mulher estrangeira. Em pouco tempo, a insatisfação dos senadores foi responsável pela organização de um complô que deu fim ao governo de Júlio César. No ano de 44 a.C., sob o comando de Brutus e Cássio, um grupo de senadores assassinou o ditador.

Os responsáveis pelo assassinato de Júlio César não conseguiram chegar ao poder. O general Marco Antônio, fiel ao antigo ditador, perseguiu cada um daqueles que participaram do golpe político. Além disso, por influência do estadista e filósofo Cícero, os membros do Senado decidiram entregar o controle de Roma para Caio Otávio, filho adotivo de Júlio César.


Por Rainer Sousa
Graduado em História

COMPLEMENTAÇÃO
Nesse meio tempo, teve a célebre relação amorosa com Cleópatra, a quem fez rainha do Egito - então uma das mais ricas províncias romanas. Mas em Roma os senadores não só desaprovavam essa união como usavam-na como pretexto para difamá-lo. Percebendo sua intenção de acabar definitivamente com a República e centralizar em suas mãos o poder, bem como transmiti-lo a um descendente, os senadores conspiraram para matar César, o que aconteceu em 44 a.C.

Em seu testamento, porém, ele deixou todos os seus bens para a população de Roma. Esta, também incitada por Marco Antônio, reagiu contra os conspiradores, forçando-os a fugir da cidade. Alguns historiadores contemporâneos levantam a tese de que Júlio César, sentindo-se velho e sofrendo de epilepsia, deixou-se matar, acreditando que com isso, seu sucessor no governo romano seria seu herdeiro legal, Otaviano Augusto, como aconteceu de fato.

Destaque-se que, além do talento militar, César teve também uma grande atuação intelectual em Roma. Foi um orador elogiado porCícero - o maior dos oradores romanos. Escreveu poesia e dois livros sobre gramática latina. Sua obra principal chama-se "Comentários" que abrange sete livros sobre a guerra da Gália e sobre a guerra civil, em que, com um estilo supostamente objetivo e imparcial, defende-se das muitas acusações que lhe foram feitas por seus críticos.