quinta-feira, 12 de julho de 2012

Apresentações de Artes


Literatura - Artes gráficas











E o texto produzido pelo grupo:


·        Slide 2 – A Semana de 22 (Ana Paula)

No início do século XX, no Brasil, uma série de transformações surgiram em todos os setores, especialmente no setor econômico. Por conta dos tempos novos, muitos artistas esperavam também que surgisse uma nova arte a qual exprimisse a saga desses tempos e do que estivesse por vir. No encontro de escritores, artistas e intelectuais cariocas e paulistas, ficou visível a necessidade de uma renovação artística. A exposição de desenhos de Di Cavalcanti na cidade de São Paulo, no fim de 1921, foi o evento que deixou clara tal necessidade.
Essa nova arte recebeu influências impressionistas e apareceu, inicialmente, por meio da atividade crítica e literária de Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Mário de Andrade e outros que vão se conscientizando do tempo em que vivem.
Di Cavalcanti procurou o mecenas Paulo Prado, e juntos, pensaram na ideia de organizar um festival com manifestações artísticas diversas e que teria duração de uma semana, o qual foi chamado de Semana de Arte Moderna ou Semana de 22. O evento foi realizado no Teatro Municipal de São Paulo e ocorreu entre os dias 11 e 18 de fevereiro de 1922.
Anos antes da Semana de 22, Oswald de Andrade, Guilherme De Almeida, Menotti del Picchia e outros criaram um diário coletivo chamado O perfeito cozinheiro das almas deste mundo, com o qual os jovens artistas derrubaram a fronteira entre a vida e a arte ao misturar cenas do dia-a-dia, narrativas e diálogos com textos reflexivos, desenhos e colagens. O diário foi considerado o primeiro documento do movimento modernista.


·        Slide 3 - A Literatura modernista na Semana de 22 (Beatriz)

Dentre os escritores e poetas que participaram da Semana de Arte Moderna, estavam Graça Aranha, Guilherme de Almeida, Mário de Andrade, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade, Ronald de Carvalho e Manuel Bandeira.
As obras dos artistas que participaram do evento não tinham características em comum. A única ideia que os unia como grupo era a repulsão ao conservadorismo literário, musical e visual. Todos desejavam o fim das regras, a liberdade de expressão artística.
Di Cavalcanti, um dos organizadores da Semana de Arte Moderna, fez a capa do catálogo da exposição da semana e a sua programação. Ele expôs doze obras.
No evento, o seguinte trecho do poema Os sapos, que foi criado por Manuel Bandeira em 1918 e lido por Ronald de Carvalho na segunda sessão literária da Semana:

Chame a saparia
Em críticas céticas:
“Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas...”

Urra o sapo-boi:
- “Meu pai foi rei” – “Foi!”
- “Não foi!” – “Foi!” – “Não foi!”

Ainda no festival, Mário de Andrade leu trecho de seu recém-lançado livro Prefácio Interessantíssimo, expondo suas ideias estéticas e apontando pressupostos e caminhos a serem seguidos pela poesia modernista e a fundação do "desvairismo", de sua obra Paulicéia Desvairada, publicada em 1922 e considerada a base do modernismo brasileiro. Na ocasião, Mário também apresentou o esboço do ensaio que viria a publicar em 1925, a A Escrava que não é Isaura, na qual se referia ao "belo horrível" e evocava a necessidade do “abrasileiramento” da língua e da volta ao nativismo.
Mário de Andrade e Oswald de Andrade foram os mais destacados participantes da Semana. Do ponto de vista literário, o objetivo fundamental da Semana foi “acertar os ponteiros” da nossa literatura com a modernidade contemporânea. Para isso, era necessário entrar em contato com as técnicas literárias e visões de mundo do futurismo, do dadaísmo, do expressionismo e do surrealismo, que formavam, na mesma época, a vanguarda europeia.
No dia 13, Graça Aranha proferiu a conferência A emoção estética na arte, na qual elogiou os trabalhos expostos, investiu contra o academicismo, criticou a Academia Brasileira de Letras e proclamou os artistas da Semana como personagens atuantes na "libertação da arte".
No dia 15, Oswald de Andrade leu alguns de seus poemas.
A Semana de 1922 representa o marco do lançamento público do Modernismo Brasileiro, uma vez que os artistas que lá exibiam suas obras tinham como objetivos a ruptura com as tradições acadêmicas, a atualização das artes e da literatura brasileiras em relação aos movimentos de vanguarda europeus e o encontro de uma linguagem autenticamente nacional. A ideia era atualizar culturalmente o Brasil, trazendo as influências estrangeiras, colocando-o ao lado dos países que já haviam atingido sua independência no plano das ideias, das artes plásticas, da música e da literatura. A partir dela, iniciou-se uma década de polêmicas, provocações, invenções, brigas estéticas, enfim, uma bagunça que parecia inesgotável, levando Mário de Andrade a afirmar que os oito anos que se seguiram à "festa" do Teatro Municipal foram "a maior orgia intelectual que a história artística registra".


·        Slide 4 – Modernismo X Parnasianismo (Paula)

O movimento modernista, desejando libertar-se das regras e imposições da arte clássica, valorizava o Nacionalismo, o subjetivismo, temas ligados ao cotidiano, a revisão crítica de nosso passo histórico-cultural, o urbanismo, a ironia, o humor e a piada, versos livres, palavras em liberdade, a síntese na linguagem, fragmentação, flashes-cinematográficos, a busca de uma língua brasileira mais popular e coloquial, e a pontuação relativa.
Já o Parnasianismo, o qual preferia a arte clássica, pregava o Universalismo (exceto alguns poemas de Olavo Bilac), o objetivismo, as frases “arte pela arte” ou “arte sobre a arte”, a tradição clássica, a mitologia greco-latina, o descritivismo (isto é, o significado de um nome próprio é dado por uma descrição definida ou conjunto de descrições definidas), versos regulares e gosto pelo decassílabo e pelo soneto, a linguagem discursiva e retórica, a norma culta da língua e a pontuação rigorosa.

·        Slide 5 – Oswald de Andrade (Paula)

José Oswald de Sousa Andrade nasceu na cidade de São Paulo, em 1890, e morreu em 1954. Foi romancista, jornalista, ensaísta, dramaturgo e poeta. Entre 1912 e 1917, escreve crônicas em português macarrônico (em que se misturam palavras de diferentes línguas ou se latinizam as terminações) na revista por ele criada, O Pirralho, sob o pseudônimo de Annibale Scipione. Conhece, em 1917, o poeta Mário de Andrade, com quem idealiza e promove, em 1922, a Semana de Arte Moderna, ato inaugural e fundador das bases da arte moderna brasileira.
Já começa, em 1912, a comentar o “Manifesto Futurista” e propor o compromisso da literatura com a nova civilização técnica, além de valorizar as raízes nacionais, que deveriam ser ponto de partida para artistas brasileiros. Oswald passou a criar movimentos, como o movimento Pau-Brasil (1924), que determinava novos princípios da poesia brasileira e empregava a necessidade de unificar a língua falada pelo povo brasileiro e a língua escrita, que até a época, ainda era muito relacionada à língua de Portugal.
No ano de 1924, lança Memórias Sentimentais de João Miramar, colocando em prática seus conceitos de modernidade em uma narrativa fragmentária, na qual eram apresentados valores da poesia e uma visão avassaladora/dominadora da burguesia brasileira.
Em 1928, edita o Manifesto Antropófago, o qual propõe a assimilação do estrangeiro e sua fusão com as características nacionais para resolver a questão da dependência cultural. Um trecho do manifesto de Andrade é:
Só a antropofagia nos une.
Socialmente.
Economicamente.
Filosoficamente.
Frases impactantes como essa apresentam o conceito de antropofagia como uma metáfora do processo de formação cultural brasileiro.
Aderiu ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) entre 1931 e 1945 e sofreu perseguições políticas. Em 1945, tornou-se livre-docente (título concedido no Brasil por uma instituição de ensino superior) de literatura brasileira na Universidade de São Paulo (USP) com a tese A Arcádia e a Inconfidência.

·        Slide 6 – Mário de Andrade (Sofia)
            
Mário Raul de Morais Andrade viveu de 1893 até 1945. Foi um grande poeta, contista, romancista, crítico literário, folclorista e crítico musical. Passou boa parte de sua vida em São Paulo, por ter uma grande ligação com esta. Formou-se em ciências e letras em 1911, e nesse mesmo ano estudou no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. No ano de 1917, trabalhou em jornais como crítico de arte. Dez anos mais tarde, realizou sua primeira viagem para a Amazônia, e junto com pesquisas sobre o folclore e psicanalíticas dos mitos, escreveu um romance, chamado Macunaíma, o Herói sem Nenhum Caráter, em 1928.
            Dentre suas principais obras, destacam-se: no gênero poesia, Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917), Paulicéia Desvairada (1922), Losango Cáqui (1926), Clã do Jabuti (1927), Remate de Males (1930), Poesias (1941), Lira Paulistana (1946), O Carro da Miséria (1946), Poesias Completas (1955); no gênero romance, Amar, Verbo Intransitivo (1927) e Macunaíma (1928); no gênero conto, Primeiro Andar (1926), Belasarte (1934) e Contos Novos (1947); no gênero crônica, Os filhos da Candinha (1943); e no gênero ensaio, A Escrava que não é Isaura (1925), O Aleijadinho de Álvares de Azevedo (1935), O Movimento Modernista (1942), O Baile das Quatro Artes (1943), O Empalhador de Passarinhos (1944) e O Banquete (1978).

·        Slide 7 – Emiliano Di Cavalcanti (Thaís)

Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976) nasceu e morreu na cidade do Rio de Janeiro. Assim como Mário de Andrade, começou a trabalhar em jornais, iniciando sua carreira de artista como ilustrador e caricaturista. Além disso, também era pintor e poeta. Em fevereiro de 1922, ele trabalhou organizando e idealizando a Semana de Arte Moderna. Fez sua primeira viagem à Europa em 1923, permanecendo em Paris até 1925. Frequentou a Academia Ranson. Ao retornar ao Brasil, participou da política, no partido comunista. Em 1932, foi preso por escrever uma obra na qual criticava a ditadura militar.
Durante o período em que permaneceu em Paris, conseguiu conciliar novidades artísticas. Segundo ele, a arte era uma forma de participação social. O carioca dedicou-se a representar temas inspirados na cultura brasileira, como mulatas e o Carnaval.

·        Slide 8 – Artes gráficas (Thaís)

No século XX, surgiu o designer gráfico a partir do desenvolvimento técnico e estético da comunicação visual. Ele possui o objetivo de projetar, desenhar com um propósito, desenvolvendo mensagens visuais, combinando letras, desenhos e fotografias. 
O movimento modernista europeu criou um impacto sobre a linguagem gráfica e a comunicação. Por exemplo, o Cubismo trouxe novas possibilidades no espaço bidimensional; no Futurismo, a poesia de Marinetti revolucionou a tipografia; o Dadaísmo e o Surrealismo ofereceram a técnica de colagem e fotomontagem; já o Construtivismo russo teve a maior influência sobre o imaginário do artista, pois explorava a linguagem do cartaz e a técnica de impressão com matriz de pedra, chamada litografia, e, a partir da síntese de imagem e texto, criaram mensagens visuais usadas na Revolução Comunista como forma de publicidade.
A Bauhaus, uma escola de design, artes plásticas, arquitetura de vanguarda que funcionou entre 1919 e 1933, na Alemanha, foi fundada com a intenção de unir a arte, artesanato e indústria. Seu objetivo era formar jovens artistas preparados para trabalhar na sociedade industrial. Nesta, resolviam problemas nas construções de casas, fabricação de objetos ou composição de cartazes. Lá, era ensinado a tipografia e publicidade. Os professores criaram novos desenhos de letras e fizeram impressões experimentais, referências para as artes gráficas até hoje.
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Slide 9 – Artes gráficas no Brasil (Sofia)

Os primeiros artistas gráficos brasileiros eram ilustradores, cartunistas e diagramadores que trabalhavam nas revistas que surgiam no século XX (por exemplo, O Malho, Careta e Fon Fon). Estas traziam imagens satíricas e estilizadas de J. Carlos, Paim Vieira e Di Cavalcanti. Em especial, Paim Vieira se dedicou ao cinema e participou da Semana de Arte Moderna.
Para continuar divulgando as ideias modernistas, Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida, Mário de Andrade e Sérgio Milliet criaram uma revista, chamada Klaxon. As inovações que a revista trazia foram marcos nas artes gráficas e tiveram repercussões no Brasil e no exterior.
                A história das artes gráficas no Brasil iniciou-se de fato com a industrialização e com o primeiro curso de desenho industrial no Instituto de Arte Contemporânea (IAC), no MASP.
            Os dois primeiros escritórios que tinham especialização em projetos gráficos e desenvolvimento de identidade empresarial foram o Forminform, em São Paulo, e o PVDI, no Rio de Janeiro, fundado e orientado por Aloísio Magalhães. Essa geração de designers estava ligada aos ideais do movimento moderno internacional, sendo eles a concisão, a limpeza, a geometria e a importância da relação da fórmula com a função.
            O designer Aloísio Magalhães criou o símbolo das comemorações do IV Centenário da Cidade do Rio de Janeiro, em 1964, e, junto de Alexandre Wollner, fundou a Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi), no Rio de Janeiro, a qual foi um importante centro de formação de novas gerações de designers. Ele criou os logos da Fundação Bienal de São Paulo, do Unibanco e da Petrobras.

Slide 10 – Poesia concreta (Ana Paula)

A união entre o poeta Décio Pignatari e os irmãos poetas Haroldo e Augusto de Campos gerou uma revista chamada Noigandres, que apresentava novas propostas para o campo poético e cultural brasileiro. A poesia necessitava de uma nova direção, incorporando novas técnicas, absorvendo os elementos da publicidade, sendo mais visual e comunicando-se instantaneamente com o leitor. O objetivo era alcançar uma poesia mais próxima das artes plásticas e da música.

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