O Caso dos Dez Negrinhos
Emily Brent
Emily
Brent era uma solteirona de 65 anos. Extremamente religiosa, fato que o livro
deixa bem claro através de suas constantes passagens remetendo à Bíblia, Emily
era uma mulher que seguia rigidamente as tradições, devido à forte influência
de seu pai, um coronel.
Acusada de ter assassinado sua empregada, Beatrice
Taylor, Emily Brent acreditava com convicção que havia tomado a atitude correta
ao demitir a moça, que estava grávida (nesta época, não havia leis trabalhistas
que condenavam tal atitude); após a demissão, entretanto, Beatrice se jogou num
rio, suicidando – se.
Em
diversos momentos da obra, Emily Brent faz uso de passagens bíblicas. No
início, antes do primeiro jantar, ela faz uma espécie de previsão para o que
virá a acontecer na obra. Ela lê na Bíblia que "Os idolatras mergulham no abismo que eles
próprios cavaram; na armadilha que esconderam, o seu próprio pé é apanhado. O
Senhor é conhecido pelo julgamento que executa: o mau enreda-se na obra de suas
próprias mãos. O mau será lançado no fogo do inferno.". De fato, isso vem
a ocorrer na obra: os assassinos são descobertos e “julgados” (por Wargrave),
sendo mortos. A principal razão para o uso de tais passagens bíblicas é para
mostrar que Emily Brent está convencida que não cometeu nenhum ato imoral
porque seguiu as regras expostas em seu Livro Sagrado.
Pouco antes de
sua morte, afirma que não deve temer o terror que anda a noite e nem a flecha
que voa de dia. Como era dia, não haveria terror. Essa passagem deixa claro que
Emily Brent, no fundo, tem medo de que algo ocorra a ela, mas ela não deseja
explicitar isso aos outros.
Outra passagem interessante
remetendo Emily Brent é a alucinação que ela tem enquanto escreve em seu
diário: ela afirma que o assassino era Beatrice Taylor. Ainda sobre Beatrice
Taylor, no dia de sua morte, Emily havia sonhado que vira Beatrice do lado de
fora de seu quarto, querendo entrar – da mesma forma que ocorrera no dia da
morte de Beatrice.
Sua
morte – uma injeção de cianeto de potássio no pescoço – foi a quinta ocorrida
na Ilha do Negro, seguindo exatamente o proposto pelo poema (Seis negrinhos de uma colméia fazem brinco; A um pica uma abelha, e então ficaram cinco).
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