Análise
de “Os Lusíadas” - Arthur
a) Canto
I
Estrofe
1 –
Remete à bandeira de Portugal e a construção do Império Português, enfatizando
as Navegações (aborda a Praia do Restelo, na foz do rio Tejo, ponto de partida
de diversas esquadras). Aborda os oceanos atravessados nas navegações
(Atlântico e Índico) e a chegada no Sri Lanka (Taprobana), na costa da Índia.
Aborda, também, os perigos encontrados e a “tecnologia” dos navegadores
(astrolábios, bússolas).
Estrofe
2 – Remete
à expansão do Império Português, destacando a figura dos reis que ajudaram
nesse processo expansionista. Menciona a fé (cristã) que também expandiu – se
junto com o Império, dado o fato que era a religião oficial de Portugal, para a
África e a Ásia. Além disso, aborda a bravura e a coragem dos navegadores, que
enfrentavam a morte com frequência; a estrofe é finalizada falando sobre o
autor, que para escrever a obra (sendo
um artista), precisou de inspiração e técnica.
Estrofe
3 – Remete
às importantes navegações gregas e troianas, restritas ao mediterrâneo, e
relatadas em grandes obras líricas. Aborda os generais Alexandre (da Macedônia)
e Trajano (de Roma), importantes estrategistas, cuja fama deveria acabar, pois
o feito dos Portugueses seria muito maior. A estrofe também aborda o
nacionalismo (peito ilustre lusitano) e a mitologia romana, além de abordar a
superioridade dos valores lusitanos em relação aos valores mitológicos.
Estrofes
4 e 5 - Fazem
uma invocação às tágides do rio Tejo (nacionalismo), através da qual o autor
pede inspiração para escrever a obra. Pede que a obra tenha grande estilo e que
seja grandiosa.
Estrofe
6 –
Aborda a ascenção de um novo rei em Portugal, D. Sebastião, que é a esperança
do reino, que se encontrava em constante conflito com os mouros no norte da
África. Aborda que D. Sebastião ajudaria a espalhar o Cristianismo.
Estrofe
7 – Aborda
o fato de que o reinado de D. Sebastião será próspero para o Reino de Portugal,
sendo de um ramo dinástico (“árvore) aclamado pela Igreja (dinastia de Avis) e
que será fundamental para difundir o cristianismo. Além disso, aborda que
Portugal é uma nação cristã e que luta em nome de Cristo.
Estrofe
9 – Aborda
a eternidade de D. Sebastião, que mesmo jovem, era bondoso e aclamado por seus
súditos (o eu lírico reverencia o rei – como mostrado em “inclinai por um pouco
a majestade, que nesse tenro gesto vos contemplo – mostrando seu apreço por
ele).
Estrofe
18 – Aborda a coragem dos navegadores, que eram atrevidos,
pois passavam por diversos problemas, comparando - os aos argonautas da
mitologia.
Estrofe
19 – Aborda a viagem às Índias e relata alguns detalhes da
mesma, sobretudo sobre a situação climática e os acontecimentos do navio.
Estrofe
20 – Aborda a reunião dos deuses romanos no Olimpo para
definir o futuro dos portugueses no Oriente. Menciona que a convocação do
Concílio dos Deuses partiu de ordens de Júpiter, mas foi executada por
Mercúrio.
Estrofe
30 – Aborda as divergências existentes (por diversas razões)
nas falas dos deuses. Baco não se mostrava favorável a apoiar os portugueses no
Oriente, pois seus feitos [de Baco] seriam esquecidos com o passar do tempo,
caso os portugueses chegassem de fato ao Oriente.
Estrofe
31 – Aborda o fato de que os portugueses eram muito fortes,
supostamente, que conseguiria chegar a Índia, se sujeitando a diversos perigos.
Além disso, mostra a visão antagônica de Baco, que temia perder suas glórias
com a ascenção dos portugueses.
Estrofe
32 – Aborda o fato de que, apesar da Índia ter sido subjulgada
no passado (pelos Mongóis, por exemplo), os conquistadores nuca lhe tiraram a
fortuna. Além disso, aborda os perigos do continente aos lusitanos, que
poderiam ter seus nomes esquecidos pelos poetas, caso não conseguissem sucesso
na Índia, pois tal fato jamais poderia ser cantado.
Estrofe
33 – Aborda o apoio dado por Vênus aos lusitanos, além de
ressaltar sua simpatia pelo povo lusitano, que apresentava diversas qualidades
(seus corações fortes e sua língua – derivada do Latim, falado em Roma).
Estrofe
69 – Aborda a cilada armada por Baco, que consistia em colocar
um traidor mouro dentro do navio (passando – se por piloto), pressupondo que
ele causaria a ruína dos portugueses (basicamente, pelo ódio existente entre
mouros e portugueses, e, sobretudo, pela influência de Baco aos mouros).
Estrofe
70 – Continua a abordagem da cilada de Baco, porém, mostra como
ela se desenrolava. O Capitão do navio solicitou pilotos e, tal “traidor”, se
alistou entre eles. Apesar das promessas de altos prêmios – ditas pelo capitão
– o mouro desejava a morte dos lusitanos.
Estrofe
82 – Aborda o plano do mouro, que preparava seu “aparelho de
guerra” contra os portugueses, visando eliminá-los rapidamente. Além disso, o
mouro continuou enganando a esquadra de Vasco de Gama, passando – se por alguém
benevolente.
Estrofe
83 – Aborda a ascenção do mouro como piloto na nau, que fizera
grande dano na embarcação. Além disso, é feita a abordagem da malevolência do
mouro, pois ele sabia que, caso seu plano falhasse, mais tragédias viriam
assolar os portugueses.
Estrofe
106 – Aborda a fala do poeta, que comenta sobre as tragédias e
danos provocados no mar. A morte e a guerra eram constantes. Além disso, o
sofrimento estava presente em todo o lugar.
b)
Canto II
Estrofe
17 – Aborda a cilada armada por Baco aos portugueses. Caso os
portugueses chegassem muito próximos ao porto de Mombaça, parando ali os
barcos, seriam atacados por uma tropa já preparada, que vingaria a destruição
que os portugueses haviam feito em Moçambique.
Estrofe
18 – Aborda a aproximação do navio no porto de Mombaça. Vênus,
vendo tudo, desce do Olimpo para tentar impedir que a esquadra fosse atacada.
Estrofe
19 – Aborda o plano de Vênus para salvar os portugueses: com o
auxílio das Nereidas, Vênus conseguiu impedir a aproximação do porto, evitando
o ataque.
Estrofes
20 a 22 – Abordam a fuga dos portugueses de Mombaça, que saem
rapidamente da área próxima a costa, atravessando seu destino e abrindo caminho
no mar. Além disso, as estrofes abordam a passagem de Vênus pelo local, que
garante que os portugueses desviem das naus do rei de Mombaça, saindo em
segurança do local.
Estrofe
39 – Aborda a queixa feita por Vênus a Júpiter, reclamando que
Baco prejudicava em excesso algo que ela amava e cuidava.
Estrofe
40 – Vênus fala que o povo português é dela, ressaltando que o
mal feito por Baco gerava suas lágrimas. Ela afirma que não deseja nada de mal
àquele povo e suplica a Júpiter que ele proteja os lusitanos.
Estrofe
41 – Vênus encerra seu diálogo com Júpiter, chorando muito,
aparentemente, o que impedira de continuar sua fala e suas súplicas. Antes,
afirmava os riscos da morte dos portugueses nas mãos de pessoas brutas (os
aliados de Baco).
Estrofes
109 a 111 – Abordam o diálogo entre o rei de Melinde e
Vasco da Gama. No diálogo, o rei solicita que Vasco da Gama conte a ele a
história de Portugal e fale sobre os feitos dos portugueses. O rei de Melinde
sabe que Portugal teve sucesso em suas guerras no período de independência e
que também foi bem sucedido em suas navegações no Atlântico.
c)
Canto III
Estrofe
45 e 46– Abordam a Batalha de Ouriques e a suposta aparição de
Cristo para os portugueses, que ajudou Afonso Henriques a derrotar os mouros,
garantindo a independência de Portugal.
Estrofe
50 – Aborda a vitória em Ouriques e a coragem do povo lusitano
e do exército; além disso, aborda o fato de que os mouros também tentaram
convocar ajuda religiosa (do Alcorão) para vencer em Ouriques.
Estrofe
51 e 52 – Abordam o momento do conflito e a confusão decorrente do
mesmo, além de abordarem a sangria do evento, que tingiu a localidade de
sangue, que se originava dos corpos que ali jaziam.
Estrofe 53 – Aborda a vitória portuguesa em
Ouriques e o troféu que os lusitanos recolheram após a batalha – a sua própria
independência. Aborda o planejamento da bandeira de Portugal, que apresenta
cinco losangos em forma de cruz (tradicionalmente, as chagas de Cristo), que,
para Camões, representam os cinco reis mouros vencidos em Ouriques.
Estrofe
54 – Comparação da bandeira portuguesa ao fator religioso (ao
ligar os losangos da bandeira portuguesa, temos uma cruz, símbolo cristão),
ressaltando a importância da religião na formação de Portugal.
Estrofe
118 – Relata o episódio da morte de Inês de Castro, ocorrido
durante o reinado de Afonso IV (vitorioso na Batalha do Salado, em 1340, contra
os mouros). A estrofe aborda o fato de que, apesar de vencer os mouros, Afonso
IV ficou marcado por ordenar a morte de Inês, que foi coroada rainha após sua
morte (na ocasião, Pedro I mandou desenterrar Inês de Castro e coroá-la rainha
de Portugal). Afonso IV, que conseguira a paz contra os mouros, não conseguiu a
paz dentro da própria nação.
Estrofe
119 – Relata a tristeza sofrida por Pedro I após a morte de
Inês de Castro. Além disso, a estrofe aborda o fato de que Inês de Castro foi
morta pelo amor, pois esse amor era visto com maus olhos pelo rei Afonso IV;
além disso, aborda a irracionalidade do amor, que leva à infelicidade se
realizado de forma carnal, de acordo com a visão religiosa da época, pois o
amor extremo só deve ocorrer entre o homem e Deus (logo, os amantes devem ser
punidos).
Estrofe
120 – Relata o fato de que Inês de Castro relaxava em Coimbra
(Campos do Mondego), aproveitando sua juventude, que duraria pouco, enquanto
falava à natureza o nome de seu amor (Pedro I).
Estrofe
121 – Relata o fato de que Inês de Castro jamais esquecia de
seu amado, se comunicando com ele através de suas lembranças e sonhos,
impedindo que ele caísse em esquecimento. Tais lembranças a faziam extremamente
feliz, pois eles se amavam.
Estrofe
122 – Aborda o fato de que o príncipe Pedro apenas aceitaria se
casar com Inês de Castro, contrariando a vontade do povo e de seu pai, o rei
Afonso IV. Além disso, aborda o fato de que o rei ficou indeciso, tendo de
escolher entre respeitar o fato de que Pedro não se casaria com outra ou ouvir
o conselho do povo, matando Inês.
Estrofe
123 – Aborda a morte de Inês de Castro, ordenada por Afonso IV,
que desejava que seu filho casasse com outra pessoa (pois apenas a morte
poderia extinguir o amor). Além disso, aborda o fato de que a mesma pessoa que
afugentou os mouros ordenou a morte de uma frágil e delicada dama.
Estrofe
124 – Aborda a levada de Inês de Castro para a corte por seus
carrascos, que tentaria convencer o rei a mudar sua opinião. Apesar disso, o
povo influenciava em demasia o rei, que, caso não fosse influenciado, perdoaria
Inês. Para esta, a mágoa de perder o amado e seus filhos (que sofreriam com sua
perda) era maior do que a mágoa de morrer.
Estrofe
125 – Aborda as súplicas feitas por Inês de Castro, que tentava
evitar sua morte, ao rei de Portugal, alegando que seus amados filhos sofreriam
muito caso ela morresse.
Estrofe
126 – Aborda o diálogo entre Inês de Castro e Afonso IV, que
consistiu nas súplicas de Inês para evitar sua morte. Inês menciona episódios
nos quais filhos foram abandonados por suas mães (Nino, que foi abandonado por
Semíramis num monte, sendo cuidado por aves de rapina; e Rômulo e Remo,
fundadores de Roma, que foram alimentados e criados por uma loba).
Estrofe
127 – Inês diz que o rei deveria ter piedade de seus filhos,
pois eles seriam os principais afetados com a morte da mãe, e que uma pessoa
com rosto e gestos humanos faria isso.
Estrofe
128 – Inês de Castro diz que, visto que o rei venceu a
resistência dos mouros – dando a morte a eles a todo custo -, ele deveria
também saber dar a vida a uma pessoa inocente. Caso fosse provado sua culpa em
algo, ela propõe o desterro para qualquer local, pois apesar da tristeza do
exílio, ela continuará viva.
Estrofe
129 – Inês de Castro fala que não achou a piedade dentro dos
seres humanos, preferindo procurá-la nas criaturas mais ferozes do mundo, os
leões e os tigres. Ela preferia viver entre as criaturas selvagens do que
morrer, pois lá poderia criar seus filhos, que serviriam como lembrança do pai
(o amado de Inês) e como uma forma de consolo para a mãe (que veria sempre a
imagem de seu amado nos filhos).
Estrofe
130 – Aborda o fato de que o rei, que apesar de bom, era movido
por palavras de ódio e mágoa, poderia perdoar Inês, mas o povo não a perdoaria.
A estrofe ainda aborda o fato de que o povo, que achava que ela deveria morrer,
pegou em espadas e atacou – a.
Estrofe
131 – Aborda a morte de Policena, na mitologia grega, um
prenúncio de como aconteceria a morte de Inês de Castro. Na mitologia, Policena
– que se encontrava chorando no túmulo de seu amado – foi morta por Pirro,
filho de seu amado, visto que se encontrava vulnerável (se oferecendo ao
sacrifício).
Estrofe
132 – Aborda a morte de Inês de Castro, ocorrida de forma
similar à morte de Policena. Inês de
Castro foi brutalmente decapitada por aqueles que desejavam sua morte, sendo
que o fato fez com que seu rosto fosse lavado de sangue.
Estrofe
133 – Compara a crueldade da morte de Inês de Castro com o
banquete servido por Atreu a seu irmão Tristes, que tivera filhos com a esposa
do primeiro. No banquete, Atreu serviu tais filhos ao irmão, como forma de
vingança.
Estrofe
134 – Aborda o fato de que Inês de Castro se encontra morta,
com o rosto pálido, sem a tonalidade vermelha nas bochechas, considerada um
padrão de beleza na época. Compara Inês de Castro a uma flor recém colhida,
pois ambas estão mortas, sem perfume, sem cor, murchas.
Estrofe
135 – Aborda o fato de que as ninfas do Rio Tejo choraram por
muitos anos a morte de Inês de Castro, transformando as lágrimas em uma fonte
que serviria para lembrar a memória de Inês por toda a eternidade, tendo águas
refrescantes porque ela é feita das lágrimas (das Ninfas) e dos amores (de
Inês).
d)
Canto IV
Estrofe
15 – Nuno Álvares critica o fato de que alguns portugueses se
recusaram a apoiar as causas nacionais, preferindo apoiar as causas de Castela
(Espanha). Na estrofe, Nuno Álvares ainda fala que aqueles que saíram negaram a
fé, a arte, o amor e o esforço dos portugueses, desrespeitando o reino.
Estrofe
16 – Nuno Álvares ainda fala que os desertores são
descendentes do rei Afonso Henriques, que venceu valentemente os mouros e
prendeu sete condes castelhanos, em Arcos de Valdevez (de acordo com a crônica
de Afonso Henriques, de Duarte Galvão).
Estrofe
17 – Aborda o fato de que as gerações passadas aclamava, os
reis D. Dinis e D. Afonso IV, mas que a atual geração aclamava um rei fraco (D.
Fernando I), sendo necessário que um rei novo assumisse o trono (D. João), para
mudar a mentalidade do povo.
Estrofe
18 - Aborda o fato de que
Nuno Álvares não abandonaria os portugueses, independente do medo do povo. Nuno
Álvares fala que, mesmo que o povo ignore o valor do rei e da nação – devido ao
medo -, ele resistiria sozinho (com seus vassalos) aos exércitos inimigos.
Estrofe
19 – Aborda a lealdade de Nuno Álvares aos portugueses, pois
ele defenderia a todo custo o novo rei (D. João) e a nação das tropas
castelhanas, pois era iminente o início de um conflito entre Portugal e
Castela.
Estrofe
28 – Aborda a Batalha de Aljubarrota, na qual os portugueses
venceram os espanhóis (que tentavam retomar a área de Portugal, pois o trono
encontrava – se vago). A estrofe aborda a crueldade da batalha, iniciada pelos
espanhóis.
Estrofe
29 – Aborda as mortes ocorridas em Aljubarrota, assim como a
coragem dos combatentes, que foram em grande parte mortos – os que
sobreviveram, tiveram várias sequelas -, fundamental para garantir a vitória
portuguesa.
Estrofe
30 – Aborda o início da batalha, na qual portugueses defendiam
o território e espanhóis tentavam tomar as terras. Nuno Álvares Pereira é o
líder da resistência portuguesa e os conduz no embate.
Estrofe
31 - Aborda os
acontecimentos e o ambiente da batalha de Aljubarrota – flechas sendo
disparadas, cavalos sendo derrubados, lanças sendo quebradas – que mostrava um
grande número de espanhóis sendo derrotados pelas tropas lusitanas.
Estrofe
32 – Aborda o fato de que parte da nobreza portuguesa apoiava
os espanhóis, como os irmãos de Nuno Álvares Pereira. A estrofe aborda o fato
de que a traição da nação é um crime maior do que matar um irmão, assim como
aconteceu na Guerra Civil travada entre Júlio César e Pompeu (Magno), antes
aliados no Triunvirato.
Estrofe
42 – Aborda a crueldade da Batalha de Aljubarrota que
apresentou um elevado número de mortes. Segundo a estrofe, as perdas do lado
espanhol foram muito grandes, o que levou o rei espanhol (de Castela) a mudar
seus propósitos.
Estrofe
43 – Aborda a fuga dos exércitos de Castela, já derrotados. O
rei de Castela foge para evitar perder a vida, mas ficam profundamente magoados
e cheios de desgosto, por verem os portugueses triunfarem sobre sua derrota.
Estrofe
44 – Aborda o fato de que o rei de Castela só fez a guerra por
ser cobiçoso e desejar o território português (que, no passado, fazia parte do
território espanhol). Além disso, a estrofe aborda o fato de que a Batalha de
Aljubarrota deixou muitas famílias destruídas, pois diversas vidas foram
perdidas.
Estrofe
94 – Aborda a presença de um velho na Praia do Restelo, que olhou
descontente para os navegadores, dizendo claramente palavras sábias.
Estrofe
95 – Aborda a fala do velho, que diziam respeito à cobiça dos
homens e que tal cobiça levava a perigos inimagináveis (como a morte),
castigando os homens que desejam obter a fama e o poder. Além disso, tal cobiça
era considerada como “honra” por alguns.
Estrofe
96 – O velho diz que ambição e cobiça são perturbadoras para o
ser humanos, sendo a causa de diversos problemas pessoais, sendo capaz até
mesmo de levar um Império à ruína. Apesar de ser chamada de ilustre, a cobiça
merece insultos desmoralizantes. Para o velho, glória e fama servem apenas para
enganar o povo.
Estrofe
97 – Ele questiona quais serão os desastres que a cobiça
levará para os navegadores portugueses, debaixo da promessa de obter ouro e de
expandir o Império. Ele, além disso, pergunta qual fama será prometida a esses
navegadores.
Estrofe
98 – O velho fala que o homem, que descende de uma linhagem
marcada por insanidade e desobediência, cometeu um pecado que o retirou do
paraíso e de uma era dourada (gloriosa) e o colocou sob uma era de guerra, de
ferro (se opondo à “era gloriosa”).
Estrofe
99 – O velho fala que o homem vive numa grande tolice, pois
coloca todo seu esforço nas guerras, desprezando a vida, algo que até mesmo
Jesus, que deu a vida para salvar a humanidade, temeu perdeu (na noite anterior
à sua morte).
Estrofe
100 – O velho fala que, visto que o homem adora guerras, eles
não precisam fazer as navegações para guerrear, pois os mouros encontram – se
próximos. Os dois guerream usando suas respectivas leis religiosas. O homem
deseja enriquecer na guerra e os mouros apresentam tal riqueza e são valentes,
o que tornaria “glorioso” aquele que os vencesse.
Estrofe
101 – O velho afirma que os portugueses estão se descuidando
dos mouros para procurar riquezas na Índia, procurando o desconhecido, pois o
rei deseja expandir seu Império, aumentando seu poder e seus títulos.
Estrofe
102 – O velho afirma que as navegações são um erro e, portanto,
deve ser amaldiçoado e castigado no Inferno àquele que fez o primeiro barco,
não merecendo reconhecimento nem glória por isso – além disso, tal glória
deveria morrer com ele.
Estrofe
103 – O velho afirma que Prometeu trouxe ao mundo um fogo
malevolente, que serviu apenas para causar destruição entre os homens, pois o
fogo acendeu um sentimento negro no ser humano.
Estrofe
104 – Aborda dois eventos da mitologia relacionados a um “fogo
malevolente” e descuidado no ser humano: Faetonte, que roubou o carro do Sol de
Apolo, seu pai, e Ícaro, que usou as asas feitas por seu pai e voou próximo ao
Sol, caindo e morrendo. Além disso, a estrofe afirma que a natureza humana não
deixa que nenhum ato seja realizado totalmente de forma benigna, pois algo
sempre acabará resultando em desastre.
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